Um mistério a ser Revelado
No mundo de hoje - marcado pela complexidade e pelo relativismo – a verdade revelada por Jesus é cada vez mais desprezada e combatida, até mesmo por aqueles que se dizem cristãos. Para muitos, infelizmente, podemos dizer que Cristo é um ilustre desconhecido. O capítulo I do Evangelho de São João ilustra muito bem esta realidade:
“Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu” (Jo 1,10)
O povo de Israel esteve face à face com o messias prometido por Deus, porém, mesmo realizando tudo o que fora anunciado previamente pela boca dos profetas, a autossuficiência dos mestres da lei e dos escribas cegaram-nos para o cumprimento da promessa. Seus corações estavam endurecidos e sua fé se congelara em meio a tantos preceitos. A respeito desta realidade, podemos concluir: Se em vida não O reconheceram, imaginem depois de morto!.
A verdade é que sem o dom da Fé, nunca seremos capazes de reconhecê-Lo, mesmo que estejamos frente a frente com ele. Assim como os guardas que acompanharam Judas ao Getsêmani não O reconheceram, nosso olhar meramente humano nunca será capaz de sentir a presença real de Deus no mundo.
“Perguntou-lhes ele, pela segunda vez: A quem buscais? Disseram: A Jesus de Nazaré. Replicou Jesus: Já vos disse que sou eu. Se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes”. Jo 18 (7,8)
Estamos vivendo nestes dias a alegria da passagem do Senhor, da morte para a vida. Celebrar a Páscoa é deixar a fé iluminar o nosso coração e testemunhar a força do ressuscitado, assim como fizeram os discípulos em Emaús.
“Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”(Lc 24,29).
Nesta passagem, o Senhor atende prontamente ao apelo dos discípulos, porém ao revelar-se, desaparece diante de seus olhos. Na verdade, ver a Ele não mais importaria, pois a chama ateada em seus corações ardia em brasa viva.
O Carisma - expressão do amor divino - deve caminhar conosco, de forma que possamos levá-lo à todos os lugares onde o Senhor nos conduzir. Se as pessoas vão acolher e acreditar na Boa-nova, não nos importa. O Senhor nos convida a protagonizar a evangelização, com efeito, se somos íntimos de Jesus devemos apresentá-Lo como o nosso melhor amigo, pois, para muitos, Jesus Cristo ainda é um mistério a ser revelado.
Carlos Renato Bonfim
Membro em experiência